questão social

Em um ano, apenas 34 carroceiros foram cadastrados em Santa Maria

Pâmela Rubin Matge


Foto: Lucas Amorelli (Arquivo/Diário)
Enquanto políticas públicas não avançam, cenas envolvendo carroceiros prosseguem

O apressado trote de cavalos que puxam carroças nas ruas e rodovias de Santa Maria contrasta com a estagnação de políticas públicas voltadas a carroceiros e animais utilizados na tração de veículos. No ano passado, depois de ter levantado a questão que ilustrou uma série de reportagens no Diário, emergiram iniciativas do Legislativo e do Executivo. Neste ano, porém, o movimento da comissão especial para tratar de carroceiros e veículos de tração animal, bem como do Grupo de Trabalho (GT) da prefeitura, paralisaram suas ações.

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As cenas urbanas de atividades degradantes para homens e cavalos seguem repercutindo problemas que impactam na mobilidade urbana, na saúde pública, no trabalho infantil, no mau-trato animal e na informalidade. Os números atestam a urgência em relação ao assunto, já que um estudo do Instituto Assistencial de Bem-Estar Animal (Iabea) indicou que a cidade tem cerca de 3 mil carroças e 2 mil equinos.

À época do anúncio do GT, que começaria em maio de 2017, a proposta defendida pelo prefeito Jorge Pozzobom era um cadastramento de carroceiros em cada região da cidade, além da busca de parcerias públicas e privadas para diagnosticar a situação de carroças e cavalos. O foco estava nas iniciativas de geração de renda para os trabalhadores, passando por melhorias no sistema de coleta seletiva e garantia da proteção-animal. A implantação de um castra-móvel também estava nos planos. A comissão tinha como prioridade encontros e debate com trabalhadores que usam transporte de tração animal.

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SEM AVANÇOS 
Ocorre que já passa de um ano, e apenas 34 carroceiros foram cadastrados. Não fosse o trabalho da Central de Bem Estar Animal, que já fez testes, coletas e cadastramento de 250 cavalos nos últimos meses, com apoio do Centro de Reabilitação Equina da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), as ações não teriam saído do lugar. 

Por meio da Superintendência da Comunicação da prefeitura, o Diário foi informado que a fiscalização relativa a maus-tratos e à criação de animais na área urbana tem sido intensificada. Mas, devido à equipe reduzida, o poder público conta com a ajuda da população por meio de denúncias. Ainda foi dito que algumas alternativas estão sendo tratadas de forma interna e, por conta da reestruturação da Secretaria de Meio Ambiente, a nova equipe da pasta está tomando ciência dos projetos para avaliar se dará continuidade ou não.

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Nos últimos dias, a reportagem tentou contato por e-mail e, na última segunda-feira, pelo aplicativo WhatsApp, com a vereadora Cida Brizola, que preside a comissão do Legislativo. Não houve retorno.

EM UM ANO
Estudo de 2017 indicou que a cidade tem cerca de 3 mil carroças, 2 mil equinos e uma complexa questão relacionada à reciclagem, mobilidade urbana, maus-tratos, trabalho infantil e informal. Confira um panorama de ações do Executivo e Legislativo: 

  • Carroceiros cadastrados - 34
  • Cavalos cadastrados - 250
  • Geração de renda/cooperativas para carroceiros - Não avançou
  • Castra-móvel - Não há
  • Encontros de carroceiros nas comunidades - Não avançaram
  • Coleta seletiva - Implantação tem de esperar, pelo menos, até setembro de 2018. Antes, não serão permitidos aditamentos contratuais

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